quinta-feira, 19 de julho de 2018

Contor Laerte Lins posta foto em Estúdio de Gravação  Áudio Brasil e Diz  "vem Música Nova"
Fonte: Reprodução / Instagram

Seguidores do cantor Laerte Lins podem ficar felizes: o forrozeiro postou uma foto em seu perfil do Instagram onde aparece dentro de um estúdio de gravação. Sem dar mais informações, ele apenas colocou que vem Música nova.

Abaixo, a foto comartilhada na rede social:





Recentemente o cantor lançou a música Vem ficar Comigo onde a mesma foi líder em varias rádios do nordeste.

A música ‘Vem Ficar Comigo’, do cantor Laerte Lins, ficou em 2° lugar na Rádio Monteiro FM. A música é sucesso na região do Cariri paraibano desde que o cantor lançou recentemente um Vídeo Clipe da Música que já ultrapassa mais de 150 mil visualizações na Internet.

O clipe ‘Vem Ficar Comigo’ foi gravado no Studio Áudio Brasil, considerado um dos melhores do Nordeste, e chegou a público através do Facebook e Youtube.

‘Vem Ficar Comigo’ faz parte do novo projeto onde Laerte Lins vem com um novo repertório.


Confira:


48° Missa do Vaqueiro acontece dia 22, na cidade de Serrita

48° Missa do Vaqueiro acontece dia 22, na cidade de Serrita

Tradicional festa em homenagem ao vaqueiro Raimundo Jacó deve reunir mais de 50 mil pessoas


Vaqueiros de todos os municípios sertanejos se reúnem na celebração. Foto: Divulgação

Já consagrada como a maior festa do Sertão pernambucano, unindo, de forma única, o sagrado e o profano, e preservando assim as tradições, a cultura e a fé do povo sertanejo, a 48ª edição da Missa do Vaqueiro, já tem data marcada para acontecer. Será realizada entre os dias 19 e 22 de julho, na cidade de Serrita, localizada a 535 quilômetros do Recife. O ponto do alto da festa acontece tradicionalmente no domingo, 22, com a missa em homenagem ao vaqueiro Raimundo Jacó. Estão sendo esperadas mais de 50 mil pessoas.

Este ano, o evento contará com atrações musicais como as bandas Fulô de Mandacaru e Magníficos, do compositor Josildo Sá e do Coral Aboios. Ao todo, 12 atrações se apresentam, gratuitamente, no Parque Estadual João Câncio, no Sítio Lajes. Além da programação cultural, a festa terá atividades ligadas ao ofício do vaqueiro, como vaquejada, pega de boi, rodas de forró com sanfoneiros e apresentações de aboiadores e repentistas.


Na edição de 2018, o escritor Nelson Barbalho, um dos principais nomes da literatura e da história de Caruaru, será o homenageado (in memorian). A escolha, segundo Helena Câncio, que comanda a organização do evento, é uma forma de celebrar o centenário do escritor que é o autor da música “A Morte do Vaqueiro” (tengo lengo tengo lengo tengo), eternizada na voz de Luiz Gonzaga e feita em homenagem à morte do vaqueiro Raimundo Jacó, primo de Gonzagão


A programação musical já começa na quinta-feira (19), no distrito de Ipueira, com show de Epitácio Pessoa, músico nascido em Exu, terra de Luiz Gonzaga, sendo declaradamente um discípulo do Rei do Baião. Ele, que tocou durante anos com o mestre e hoje mantém viva sua herança, promete um show regado a muito forró pé de serra. Ipueira entra no roteiro da Missa pela interessante história do povoado, que já foi palco de um embate entre a família Xavier, tradicional na região, e o grupo de Lampião.


Na sexta-feira (20), é a vez de Donizete Batista, que será seguido pelos músicos Galego do Pajeú, Fábio Carneirinho, Ranieri e a Banda Arreio de Ouro. No palco secundário, intitulado de “Tenda”, um espaço destinado aos aboiadores, repentistas e trios de forró, o cantor Cosme do Acordeon abre a programação musical do dia. Vale ressaltar que o espaço ainda dá oportunidade para que artistas presentes na plateia possam participar das atividades. Uma vaquejada completa a programação da sexta.


No sábado (21), o público poderá conferir as atrações musicais mais esperadas da festa. Após Kinho Ramalho se apresentar na “Tenda”, será a vez do Coral Aboios subir ao palco principal do evento, no que já virou uma tradição da Missa do Vaqueiro. O coral, fundado há aproximadamente 18 anos, é formado por amigos, vaqueiros, que se apresentam vestidos a caráter, com a intenção de exaltar a vida e o ofício do vaqueiro.

E a festa não para por aí, depois se apresentam Joquinha Gonzaga, o cantor Flávio Leandro e as grandes atrações da festa, a Banda Fulô de Mandacaru, que foi a grande campeã do Programa SuperStar, da Rede Globo, em 2016, ficando conhecida por levar o autêntico forró para todo o Brasil, e a Banda Magníficos, uma das maiores bandas de forró eletrônico do País, com mais de 20 anos de estrada e diversos sucessos na bagagem. No sábado ainda acontece mais uma vaquejada e a pega de boi de pé de porteira, na Fazenda Favinha, com distribuição de troféus e premiação total de R$ 10 mil, sendo R$ 1 mil para o primeiro colocado.


MISSA - A tradicional missa em homenagem ao vaqueiro Raimundo Jacó, cuja morte deu o mote para a criação do evento, acontece no domingo (22). Para a celebração e homenagens, participam do momento representantes religiosos e artistas, como Josildo Sá, Coral Aboios, Flávio Leandro, Mariana Aydar, os aboiadores Ronaldo, Fernando e Inácio e o repentista Pedro Bandeira.




Multidão acompanha a missa, celebrada no domingo, no encerramento da festa. Foto: Divulgação

Uma das novidades deste ano é que a infraestrutura do evento recebeu diversas melhorias para atender com mais conforto as milhares de pessoas que anualmente saem de suas cidades natal, em Pernambuco e em outros estados nordestinos, para prestigiar a tradicional festa. Inclusive, diversas caravanas, com integrantes que não perdem uma edição da Missa, já confirmaram presença no evento.


A Missa do Vaqueiro de Serrita é uma realização da Associação Rebanho Cultural, conta com patrocínio da Empetur e do Governo do Estado de Pernambuco. Entre os apoiadores, a Prefeitura de Serrita, a Fundação Padre João Câncio, Apega (Associação dos Vaqueiros de Pega de Boi), Santa Clara, Frisco e Associação Lula Gonzaga dos Forrozeiros do Brasil.


HISTÓRIA – Realizada anualmente sempre no quarto domingo do mês de julho, a Missa do Vaqueiro tem em suas origens uma história que foi consagrada na voz de Luiz Gonzaga: a de Raimundo Jacó, um vaqueiro habilidoso na arte de aboiar. Reza a lenda que seu canto atraía o gado, mas atraía também a inveja de seus colegas de profissão, fato que culminou em sua morte numa emboscada. O fiel companheiro do vaqueiro na aboiada, um cachorro, velou o corpo do dono dia e noite, até morrer de fome e sede.


A história de coragem se transformou num mito do Sertão e três anos após o trágico fim, sua vida foi imortalizada pelo canto de Luiz Gonzaga. O Rei do Baião, que era primo de Jacó, transformou “A Morte do Vaqueiro” numa das mais conhecidas e emocionantes canções brasileiras. Mas Gonzaga queria mais. Dessa forma, ele se juntou a João Câncio dos Santos – padre que ao ver a pobreza e as injustiças cometidas contra os sertanejos passou a pregar a palavra de Deus vestido de gibão – para fazer do caso de Jacó o mote para o ofício do vaqueiro e para a celebração da coragem.


Assim, em 1970, o Sítio Lajes, em Serrita, onde o corpo de Jacó foi encontrado, recebe a primeira Missa do Vaqueiro. De acordo com a tradição, o início da celebração é dado com uma procissão de mil vaqueiros a cavalo, que levam, em honras a Raimundo Jacó, oferendas – como chapéu de couro, chicotes e berrantes – ao altar de pedra rústica em formato de ferradura.


A missa, uma verdadeira romaria de renovação da fé, acontece sempre ao ar livre e se assemelha bastante aos rituais católicos, porém contando com toques especiais que caracterizam o evento: no lugar da hóstia, os vaqueiros comungam com farinha de mandioca, rapadura e queijo, todos montados a cavalo.





Serviço – 48 anos da Missa do Vaqueiro


Quando: De 19 a 22 de julho
Local: Parque Estadual João Câncio – Serrita/Pernambuco
Atrações: Shows de bandas locais e nacionais, pega de boi, vaquejada e culto ecumênico realizado no domingo
Gratuito


Programação musical


19 de julho, quinta-feira / Ipueira
Epitácio Pessoa



20 de julho, sexta-feira / Parque Estadual João Câncio
Donizete Batista
Galego do Pajeú
Fábio Carneirinho
Ranieri
Arreio de Ouro
Tenda: Cosme do Acordeon


21 de julho, sábado / Parque Estadual João Câncio
Coral Aboios
Joquinha Gonzaga
Flávio Leandro
Fulô de Mandacaru
Banda Magníficos
Tenda: Kinho Ramalho


22 de julho, domingo / Parque Estadual João Câncio
Realização da Missa.
Participação: Coral Aboios, Josildo Sá, Mariana Aydar, Flávio Leandro, aboiadores Ronaldo, Fernando e Inácio, o repentista Pedro Bandeira e religiosos
Peão é pisoteado por touro e morre em rodeio no Mato Grosso do Sul

Peão é pisoteado por touro e morre em rodeio no Mato Grosso do Sul

O animal acertou em cheio a nuca do caubói paulista de 24 anos



O peão Uéliton Flávio de Oliveira, de 24 anos, levou uma pisoteada certeira na nuca e acabou morrendo dentro da arena, na cidade de Paranaíba (MS) (foto: YouTube/TVC Três Lagoas/Reprodução)Na noite de domingo, dia 8 de julho, o peão Uéliton Flávio de Oliveira, de 24 anos, natural de Santa Fé do Sul (SP), estava participando da disputa final de montaria, no encerramento da exposição agropecuária de Paranaíba, no Mato Grosso do Sul, quando, ao pular do touro "Wi-fi", após os oito segundos exigidos, acabou morrendo ao ser pisoteado na nuca pelo animal. A informação foi divulgada pelo jornal local Correio do Estado.

Vídeos que foram gravados pela plateia mostram o momento em que o caubói paulista salta para sair de cima do touro, mas acaba perdendo o equilíbrio e caindo de joelhos. Neste instante, o "Wi-fi" bate com as patas traseiras na nuca de Uéliton. O animal estava dando coices, como é de costume dos bois nesse tipo de evento, e acertou a cabeça do peão de forma involuntária.

De acordo com o Correio do Estado, enfermeiros que atenderam o peão disseram que ele não resistiu à pisoteada do touro e morreu ainda na arena. O corpo do rapaz foi retirado do local por uma ambulância por volta de 22h de domingo (8). Em seguida, a morte do caubói foi confirmada pelos responsáveis pela competição, que foi encerrada em seguida. "No momento do acidente, Uéliton era o 11º colocado da disputa. Organizadores disseram que os peões são obrigados a ter seguro de vida para disputar as montarias", informa o jornal sul-matrogrossense.

Abaixo os vídeos com o acidente fatal do caubói:



Práticas com animais

Vale lembrar que, apesar de ser polêmico, o rodeio é considerada uma prática cultural no Brasil. Em junho do ano passado, o Congresso Nacional promulgou a Emenda Constitucional 50, de 2016, que autoriza as práticas esportivas com animais no país, incluindo vaquejada e rodeio. A emenda acrescentou um parágrafo ao Artigo 225 da Constituição Federal e determina que essas modalidades que envolvem touros e vacas não devem ser consideradas cruéis quando se tratarem de manifestação cultural.

O novo artigo determina ainda que a vaquejada seja registrada como "bem de natureza imaterial" e seja regulamentada por lei para garantir o bem-estar dos animais. A festa é tradicional em várias cidades do interior do país, principalmente na região nordeste.

Por sua vez, o rodeio é muito popular no sudeste e no centro-oeste, em especial na cidade de Barretos, no interior de São Paulo.
VII Cavalgada do Agricultor e da Agricultura do CDSA da UFCG acontece na cidade de Sumé

VII Cavalgada do Agricultor e da Agricultura do CDSA da UFCG acontece na cidade de Sumé




A tradicional Cavalgada do Agricultor e da Agricultura completará sua sétima edição neste ano de 2018, e como sempre fará uma homenagem aos agricultores do Cariri Paraibano. O evento acontecerá no próximo dia 29 de julho.

A Cavalgada do Agricultor de Sumé é uma realização do Programa de Ações Sustentáveis para o Cariri (Pascar), sob a coordenação da professora Adriana Meira.

A concentração para a Cavalgada acontecerá na Chácara Santa Rosa, de Daniel Lela.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Vereadora que foi a favor da VAQUEJADA Fernanda Hortegal faz sexo dentro do Cartório
Assista ao vídeo intimo da Vereadora Fernanda Hortegal da Cidade de Dom Pedro no Maranhão,



Um vídeo gravado dentro de um Cartório Eleitoral da cidade de Dom Pedro, interior do Maranhão vem viralizando na internet. A vereadora eleita Fernanda Hortegal, ficou conhecida por ser flagrada mantendo relação sexual com um de seus amantes na porta de casa, na época ela era casada com o médico Sansão Hortegal.



Após a traição o médico ficou com o celular da esposa e descobriu vários vídeos "picantes" de Fernanda. Dos 20 vídeos que o marido encontrou no celular da vereadora, a transa no Cartório Eleitoral é o que mais chama a atenção. A data e o horário que foi gravado, provam que ela estava em horário de expediente.



Procurada para saber sua versão na história a vereadora não foi encontrada.



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quarta-feira, 2 de novembro de 2016

 Vaquejada do DOM ROXÃO cuida do meio ambiente


O Haras Brejo das Flores juntamente com o Parque Acauã deu um grande exemplo de sustentabilidade ao assinar o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), se comprometendo a reflorestar um hectare de mata às margens do Rio Mundaú, cuja nascente está na região do agreste pernambucano, na cidade de Garanhuns. O Rio banha mais de 30 municípios dos estados de Alagoas e Pernambuco e vem sofrendo nos últimos anos com o impacto do avanço da urbanização na região. O reflorestamento é de extrema importância para a preservação da flora e consequentemente da fauna da região.
A floresta replantada na margem do rio também ajuda a alimentar os peixes, porque dali saem insetos, frutas e folhas. No caso das nascentes, o reflorestamento tem como objetivo evitar o ressecamento dos olhos d’água.

“Temos o compromisso social de cuidar do ecossistema em que vivemos e esse acordo veio fortalecer ainda mais uma conduta que já praticamos cuidando dos nossos animais”, ressaltou Erlan Bezerra.

Últimos detalhes da Vaquejada do Dom RoxãoO cuidado da Vaquejada Do
m Roxão com o meio ambiente ultrapassa o acordo de reflorestamento da margem do Rio Mundaú. O Parque Acauã segue as regras da ABVAQ e se enquadra perfeitamente nos padrões de cuidados necessários para os bois e cavalos que participam da festa de gado.

A boiada é muito bem alimentada, os currais são amplos e tanto bois quanto cavalos são inspecionados por veterinários oficiais da ABQM. A vaquejada do DOM ROXÃO acontecerá de 3 a 6 de novembro e terá Tropa de Elite Feminina, Prova de 3 Tambores e Etapa do Campeonato Portal Vaquejada com premiação de R$ 200 mil.

'O boi teve o rabo arrancado': proibição da vaquejada abre polêmica
Noite de maio de 2015 no parque Alto Sereno, em Serrinha (BA). Cerca de 2 mil pessoas assistem a dois homens montados em cavalos perseguirem um boi com o objetivo de derrubá-lo numa faixa de areia, puxando o animal pelo rabo.

SAIBA MAIS

Comissão do Senado torna vaquejada manifestação cultural



Nas vaquejadas, cavaleiros derrubam bois em busca de prêmios; tradição no Nordeste está em xeque após decisão do STFFoto: Divulgação/ Tatiana Azeviche

O boi, que passou o dia tendo que fazer a mesma coisa, é jogado ao chão com as quatro patas para cima, e sofre um "desenluvamento" - nome técnico dado ao arrancamento do rabo, a retirada violenta de pele e tecidos da cauda.

O episódio ocorreu durante uma vaquejada, tradição secular no Nordeste que tem origem em disputas de vaqueiros no sertão. Em eventos que costumam durar quatro dias, cavaleiros derrubam bois em busca de prêmios em dinheiro.

No parque Alto Sereno, por exemplo, as premiações chegam a R$ 50 mil. Além de competições, há leilões de cavalos, shows musicais, escolha do rei e da rainha da vaquejada, entre outras atividades.


Vaquejada em Serrinha (BA); eventos movimentam economia com atividades como leilões de cavalos e shows musicaisFoto: Eduardo Freire

Segundo a Associação Brasileira de Vaquejadas (Abvaq), a atividade no Nordeste movimenta R$ 700 milhões por ano e gera 750 mil empregos (diretos e indiretos).

A existência desses eventos, no entanto, está ameaçada no Brasil em razão de uma decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF).

No dia 6 de outubro, a Corte julgou a vaquejada como uma crueldade contra os animais, ao analisar a constitucionalidade de uma lei de 2013 do Ceará que reconhece a atividade como desportiva e cultural.

Como reflexo do julgamento do STF, decisões judiciais recentes proibiram, a pedido do Ministério Público, as vaquejadas de Paulo Afonso e de Praia do Forte, ambas na Bahia.

A decisão do STF também colocou na berlinda outras manifestações culturais que utilizam animais, como a Festa do Peão de Barretos (SP) e o "rodeio crioulo", evento tradicional no Sul do país.

Mas ainda há interpretações distintas do caso: mesmo após o julgamento do STF, um juiz liberou a vaquejada em Campina Grande (PB), por exemplo.
Proibições

Fãs da vaquejada temem que a atividade tenha o mesmo fim das brigas de galo no Rio de Janeiro, em 2011, e da "farra do boi" de Santa Catarina, em 1999, que também tiveram tentativas de regulamentação, mas foram julgadas inconstitucionais pelo STF.

Fora do Brasil, outro exemplo semelhante de interferência judicial na participação de animais em eventos é o da Catalunha, na Espanha, onde as touradas foram proibidas em 2011.

Naquele mesmo ano, a Justiça da Bahia vetou a participação de jegues em dois eventos tradicionais de Salvador: a Lavagem do Bonfim e o desfile do bloco carnavalesco Mudança do Garcia.


Protesto em Brasília pediu liberação da vaquejada; defensores da prática montaram QG na capital federal para reforçar lobbyFoto: Agência Brasil

Nesses dois eventos na Bahia, constataram-se maus-tratos, como o carregamento de carroças com diversas pessoas em cima, e até a ingestão de bebidas alcoólicas pelos animais.


Evento em Serrinha (BA), que tem dois parques de vaquejada e o maior evento do Nordeste; prefeitura luta para reverter decisão do STFFoto: Divulgação/Eduardo Freire

"Fizemos vídeos, mostramos como os animais são tratados e a Justiça foi sensata em proibir. E essa decisão do STF sobre a vaquejada foi uma vitória para todos aqueles que cultuam a preservação da vida", disse a advogada e vereadora de Salvador Ana Rita Tavares (PMB), de atuação focada na defesa dos animais.

Para ela, a vaquejada é um "instrumento de violência" porque, em sua opinião, "agir com violência é considerado uma coisa normal" nesses eventos.
Lobby pró-vaquejada


Defensores das vaquejadas citam tradição cultural e impacto positivo na economia; acordos específicos reduziram sofrimento de animais, afirmamFoto: Agência Brasil

Mas os adeptos da vaquejada tiveram uma importante vitória na terça-feira, quando o Senado aprovou o projeto de lei que a eleva à condição de manifestação cultural nacional e patrimônio cultural imaterial.

O projeto de lei tinha sido aprovado na semana passada por uma comissão do Senado e analisado pela Casa como caso de urgência.

A decisão veio depois que centenas de adeptos da vaquejada foram a Brasília no último dia 25 para um protesto - com direito a bois e cavalos na Esplanada dos Ministérios. Também montaram uma espécie de QG na capital federal, com advogados, políticos, empresários e organizadores de vaquejadas.

"Estamos tendo reuniões todos os dias e estudando medidas que podemos tomar para que a tradição da vaquejada continue", disse na ocasião o deputado federal Arthur Maia (PPS-BA), que classifica a decisão do STF como "ato de discriminação contra o Nordeste".


Laudo da Universidade Federal de Campina Grande (PB) apontou "lesões e danos irreparáveis" em bois e cavalos como resultado de vaquejadasFoto: Reprodução

É discriminação porque o STF permite esportes de ricos que usam animais, como polo, turfe, rodeio. Como a vaquejada é uma atividade de vaqueiros pobres, eles não permitem

"É discriminação porque o STF permite esportes de ricos que usam animais, como polo, turfe, rodeio. Como a vaquejada é uma atividade de vaqueiros pobres, eles não permitem", afirmou o deputado.

"O que se precisa é corrigir o que ainda é feito de forma errada, o que já vem sendo feito há tempos. Há plantão de veterinários, não existe mais contato dos animais com o metal e é utilizado um rabo artificial", afirmou na ocasião o senador José Agripino (DEM-RN).


Em imagem cedida pelo Ministério Público, pode-se ver boi (à dir.) com pele e tecidos da cauda arrancados; situação foi verificada em 2015 em SerrinhaFoto: Divulgação/MPE-BA

O parecer do STF, entretanto, prevalece sobre a decisão do Senado na terça. Ainda é incerto se o projeto de lei, depois de ser sancionado pelo presidente, Michel Temer, poderá reverter as proibições de realização da festa no país.

No Nordeste, além do Ceará - cuja lei reconhecendo a atividade como desportiva e cultural foi considerada inconstitucional -, Bahia, Alagoas, Paraíba, Piauí reconhecem a vaquejada como atividade desportiva e cultural.

De acordo com o STF, o julgamento sobre a lei cearense não possui vinculação direta com casos de outros Estados. Mas caso o tribunal seja provocado novamente sobre a regulamentação da vaquejada em alguns desses Estados, o resultado tende a ser o mesmo do julgamento anterior, pois é improvável que algum ministro mude o voto.

Ainda segundo a assessoria do STF, o julgamento sobre a vaquejada não interfere em outros eventos com participação de animais, como a Festa do Peão de Barretos.

Para o jurista Ives Gandra Martins, se outros casos de eventos que supostamente promovam maus-tratos a animais chegarem ao STF, a Corte "poderá reavaliar a decisão anterior ou confirmá-la, dando-lhe efeito vinculante".
Discussão jurídica

No Nordeste, a decisão do STF está sendo usada tanto por defensores como por críticos das vaquejadas.

Para decidir contra a lei do Ceará, o STF se baseou em laudos sobre as vaquejadas produzidos por centros de pesquisa. Um deles, da Universidade Federal de Campina Grande (PB), apontou "lesões e danos irreparáveis" em bois e cavalos, como exostose (formação anormal de ossos ou cartilagens), miopatias (doenças musculares) por esforço e fraturas.

E foi justamente em Campina Grande que um juiz negou pedido de liminar de uma ONG que reivindicava o cancelamento da vaquejada local, usando a mesma decisão recente do STF.

Ele citou o voto do ministro do STF Luís Roberto Barroso, que sugere a proibição dos eventos "quando for impossível sua regulamentação de modo suficiente para evitar práticas cruéis".

"Em Campina Grande, o juiz nos deu a oportunidade de demonstrar o que estamos fazendo para proteger os animais. Ao conhecer nossos argumentos, entendeu que realizávamos uma vaquejada dentro dos princípios de respeito aos animais adotados nos dias atuais", disse o advogado da Abvaq Leonardo Dias.

No Rio Grande do Sul, a tradicional prática do rodeio crioulo é realizada em acordo com o Ministério Público desde 2013.

No evento, o "ginete", com papel semelhante ao do vaqueiro no Nordeste, é desafiado a domar um cavalo ainda não amansado para montaria, o que faz com que o animal tente de tudo para derrubar a pessoa.

"Mudamos várias regras. Proibiu-se, por exemplo, o uso de esporas de estrela (com pontas), que machucam os cavalos. Antes, eles sangravam muito, ficavam com feridas enormes", disse o promotor Luis Augusto Costa, de Vacaria (RS).

Segundo ele, depois do acordo e das novas regras, cerca de outros 50 eventos do tipo assinaram termos de ajustamento e não têm sido alvo de ações judiciais.
Sem acordos

No que depender da promotora de Serrinha (BA), contudo, cidade que abriga a maior vaquejada do Brasil, o evento local está com os dias contados.

"A decisão [do STF] é conclusiva no sentido de que a prática de vaquejada configura crime ambiental de maus-tratos a animais, alcançando todos os Estados", diz Letícia Baird.

Ela diz, por exemplo, que já constatou o "desenluvamento de cauda" de boi durante fiscalização no parque Alto Sereno.

Até então, o Ministério Público vinha fechando acordos com os dois parques de vaquejadas da cidade para minimizar o sofrimento dos animais - agora, avalia que tais acertos não são mais possíveis.

O dono do parque Alto Sereno, o deputado estadual Givaldo Lopes (PT), que esteve no ato em Brasiília, diz que o evento não causa sofrimento aos animais.

"O que ocorreu em 2015 (arrancamento do rabo do boi) não teve este ano, estamos com novas regras e todos estão de acordo em segui-las. Não queremos ficar na ilegalidade, queremos continuar com a vaquejada", disse.

Promotoria e ONGs de defesa animal informaram que as vaquejadas de Serrinha ocorreram sem problemas neste ano.

Na cidade de 82 mil habitantes, as competições ocorrem há 46 anos e são o motor da economia local.

O prefeito da cidade, Osni de Araújo (PT), diz que "mais de mil casas são alugadas" e "hoteis daqui e de cidades próximas ficam cheios" durante o evento. "Se acabar, será um grande prejuízo para o povo do Nordeste."
 Associação comemora aprovação no Senado de vaquejada como cultura
Senado e Câmara aprovaram projeto que trata vaquejada como cultura.
Decisão do Supremo Tribunal Federal entende vaquejada como tortura.


Competições serão realizadas no Parque de Vaquejada Natureza (Foto: Prefeitura do Cantá/Divulgação)

A Associação Brasileira de Vaquejadas comemorou nesta terça-feira (1º) a aprovação no Senado do projeto que reconhece a vaquejada como manifestação cultural. "A Câmara e o Senado deram importantes avanços no sentido de reconhecer a vaquejada como o que ela realmente é, uma manifestação da nossa cultura", afirmou o presidente da associação, Marcos Lima.
saiba mais

O plenário do Senado aprovou o projeto na tarde de terça-feira. Como o texto já foi aprovado também pela Câmara, segue agora para sanção do presidente da República, Michel Temer.

Na vaquejada, um boi é solto em uma pista e dois vaqueiros, montados em cavalos, tentam derrubar o animal pelo rabo. O Ministério Público Federal no Ceará entende que a prática é tortura e maus-tratos aos animais. Marcos Lima discorda.

"Não existe tortura. O cavalo de vaqueiro tem o maior acompanhamento veterinário e nutricional que um animal pode ter. O boi que parte numa vaquejada é preparado para ter essas condições, mesmo no período de seca ele é bem alimentado para estar numa corrida de vaquejada. Sem a vaquejada, não haverá interesse em manter gastos para dar as melhores alimentações para esse animal", argumenta.

Decisão do Supremo
Apesar da aprovação no Senado, no mês passado, Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu derrubar uma lei do Ceará que regulamentava a vaquejada. Por 6 votos a 5, os ministros consideraram que a atividade impõe sofrimento aos animais e, portanto, fere princípios constitucionais de preservação do meio ambiente.

Mesmo com a decisão do Senado desta terça, prevalecerá o entendimento da Suprema Corte. A proposta aprovada pelos parlamentares não regulamenta a prática, com parâmetros e regras.

Na semana passada, a Justiça cancelou uma vaquejada que seria realizada em Solonópole, no interior do Ceará. Apesar da suspensão e da decisão do supremo, Marcos Lima diz que as vaquejadas seguem sendo realizadas.

"Já temos vaquejadas maiores que as de Solonópole sendo realizadas em outros estados, como Pernambuco, Alagoas. O acórdão do STF ainda não foi publicado e quando for, vamos recorrer da decisão", diz o vice-presidente da Associação Brasileira de Vaquejadas.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

justiça! o caso de crueldade com jeque na cidade de graccho cardoso em Sergipe
justiça! o caso de crueldade com jeque na cidade de graccho cardoso em Sergipe



61.344 assinaturas. Vamos chegar a 75.000

Por que isto é importante

Homem amarra jegue em carro e arrasta por mais de 3 km. Celso Ferreira foi preso, mas, o prefeito da cidade , de forma irregular mandou libertar. Vamos continuar assinando a petição para chegarmos a 50.000 assinaturas e cobrar justiça. Esse criminoso não pode ficar impune.


Assine aqui>>> https://secure.avaaz.org/po/petition/justica_o_caso_de_crueldade_com_jeque_na_cidade_de_graccho_cardoso_em_Sergipe/?fhLEhjb
Legalização das vaquejadas divide opiniões


Popular no Nordeste, a vaquejada consiste na tentativa, feita por dois homens a cavalo, de derrubar um boi pelo rabo
Tatiana Azeviche/Turismo Bahia

Proposições legislativas

PEC 50/2016
PLC 24/2016
PLS 377/2016
PLS 378/2016


De um lado, o bem-estar de animais submetidos a estresse, tração nas caudas e quedas arriscadas enquanto tentam escapar dos vaqueiros. De outro, uma prática secular que é tradição cultural no Nordeste, gera empregos e movimenta a economia na região. A polêmica envolvendo as vaquejadas se intensificou em outubro, depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou procedente ação do Ministério Público contra a lei que regulamenta as vaquejadas no Ceará. O relator, ministro Marco Aurélio Mello, considerou haver “crueldade intrínseca” contra os animais.

A decisão do STF pode se estender a vaquejadas de todo o país. Para tentar garantir a continuidade da tradição, parlamentares tentam aprovar quatro proposições que tramitam no Congresso Nacional. Três projetos de lei classificam a atividade como patrimônio cultural brasileiro e uma proposta de emenda à Constituição (PEC 50/2016) assegura sua continuidade, com regulamentação em lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos. O texto autoriza essas competições desde que “comprovadamente não submetam os animais à crueldade”.

A possibilidade de fazer uma vaquejada sem crueldade, no entanto, é descartada por entidades e especialistas que defendem os animais. É o caso da veterinária Vânia Plaza Nunes, diretora técnica do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, entidade que reúne 127 entidades de todos os estados brasileiros. Para ela, não há vaquejada sem sofrimento, especialmente porque a cauda, que recebe a tração, é uma continuação da coluna vertebral dos bois.

— Os animais podem ter diferentes lesões: luxação, fratura de vértebras, hemorragia interna — disse Vânia, nomeada como perita técnica do Ministério Público para esse tipo de evento.

Mas, para os defensores da vaquejada, há desconhecimento do tema. Antonio Travassos, zootecnista e juiz de equipamentos e bem-estar do animal em provas, cita o exemplo da cauda artificial. Feito de nylon, o equipamento foi criado para evitar arrancar o rabo dos bois com a tração.
Regras

Na internet, o equipamento é vendido por cerca de R$ 50 em selarias e anunciado como adequado também para bois que já perderam o rabo. Defensores dos animais argumentam que, em algumas competições pelo país, a cauda do boi arrancada é uma espécie de “troféu informal”. As entidades que representam o esporte atribuem essas práticas a vaquejadas não regulamentadas.

— Não posso negar que na antiga vaquejada havia quebra de cauda, é verdade. Mas após o protetor de cauda, é zero. Não existe quebra de cauda hoje — explicou Travassos.

O regulamento para competições da Associação Brasileira de Vaquejada (Abvaq) prevê ainda medidas para amenizar o sofrimento dos animais. Entre elas, a presença de veterinários, cocheiras separadas para bois e cavalos, transporte adequado e faixa de areia de 50 centímetros para amortecer a queda.

Para os defensores da vaquejada, o que deve ser combatido são as competições clandestinas que não seguem normas.

— Estamos tentando regulamentar o esporte para acabar com abusos por quem não entende que a vaquejada mudou — disse Leonardo Almeida, advogado da Abvaq.
Economia

Números divulgados pela Abvaq apontam que a vaquejada movimenta R$ 600 milhões por ano, gerando 120 mil empregos diretos e 600 mil indiretos. Os números incluem leilões e feiras agropecuárias. De acordo com a associação, são feitas 4 mil vaquejadas por ano, das quais 60 apresentam premiação superior a R$ 150 mil.

— O desconhecimento do negócio pode levar a desemprego — afirmou Paulo Farah, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQm).

Em defesa da prática, vaqueiros de vários estados vieram a Brasília na terça-feria. De acordo com os organizadores, a manifestação reuniu 6 mil pessoas e 2 mil animais, além de 700 caminhões de transporte, que tomaram a Esplanada dos Ministérios.

Na opinião do juiz Anderson Furlan, o argumento econômico não é justificativa para qualquer prática. Como exemplo, citou o tráfico de drogas, que também gera empregos, e outras tradições já proibidas, como as brigas de galos e a farra do boi, em que esses animais eram torturados pelas ruas até a exaustão.

— Quando as rinhas de galo foram extintas, milhares de pessoas ficaram sem emprego. Quando a farra do boi foi extinta, as pessoas que vendiam produtos na farra do boi ficaram sem emprego. O argumento infelizmente não é esse. O argumento é jurídico e está decidido pelo STF.

O Conselho Federal de Medicina Veterinária também já se posicionou contra as vaquejadas. A veterinária Carla Molento, que representou a entidade em audiência pública na Câmara dos Deputados, disse que, após longa discussão, a entidade reconheceu a “intrínseca relação com maus-tratos aos animais”.
A origem da prática

A vaquejada é uma atividade competitiva em que dois vaqueiros montados a cavalo têm que derrubar um boi. O animal é puxado pelo rabo e precisa cair entre duas faixas pintadas no chão. Um vaqueiro é responsável por direcionar o boi para o local da faixa e emparelhar o animal com o outro vaqueiro, que puxa o rabo do boi com as mãos para derrubá-lo.

Estima-se que a prática surgiu no Nordeste entre os séculos 17 e 18, a partir de certas tradições: as festas de apartação, que reuniam vaqueiros para separar as boiadas; as pegadas de boi, em que eram capturados animais que fugiam do rebanho; e as corridas de mourão, em que vaqueiros corriam atrás de bois nas fazendas.

No julgamento da ação contra as vaquejadas, a presidente do STF, Cármen Lúcia, disse que sempre haverá quem defenda as tradições, mas argumentou que elas podem ser modificadas quando há novo modo de ver a vida.

Para o criador de cavalos Roberto Tenório, a decisão foi tomada por pessoas que não conhecem a tradição. Ele aprendeu a vaquejada com o pai, que a aprendeu com o avô, e já a ensinou aos filhos.

— Acabar com uma vida que foi de avô, de pai, de filho? É uma discussão injusta essa que está havendo aqui — lamentou.

Propostas em favor da atividade


O temor de que a decisão do STF seja adotada para competições em outros estados, não só no Ceará, fez com que o debate chegasse ao Senado.Quatro textos sobre as vaquejadas estão sendo analisados.

O principal é a PEC 50/2016, de Otto Alencar (PSD-BA), que assegura a continuidade das vaquejadas desde que o bem-estar dos animais seja garantido.

Os projetos que classificam a prática como patrimônio cultural são o PLS 377/2016, de Raimundo Lira (PMDB-PB), o PLS 378/2016, de Eunício Oliveira (PMDB-CE), e o PLC 24/2016, do deputado Capitão Augusto (PR-SP). A favor dos projetos, Roberto Muniz (PP-BA) argumenta que a vaquejada é uma tradição, que surgiu de necessidades nas fazendas.

Para Marta Suplicy (PMDB-SP), o fato de a vaquejada ser uma tradição não a justifica.

— Cultura implica mudança porque senão nós poderíamos achar que é cultural a mutilação dos genitais femininos na África. É cultural, mas é algo que deve permanecer? — disse a senadora.

Já o juiz Anderson Furlan diz que esses projetos são inconstitucionais.

A Abvaq prometeu recorrer ao STF por meio de embargos declaratórios, que pedem ao tribunal para esclarecer a decisão.
 Comissão aprova projeto que torna vaquejada manifestação cultural
Supremo considerou prática inconstitucional por maus tratos a animais.


Proposta em análise no Senado não trata da regulamentação da atividade.

A Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) do Senado aprovou nesta terça-feira (1º) o relatório do senador Otto Alencar (PSD-BA) favorável a um projeto de lei que eleva a vaquejada e o rodeio à condição de manifestação cultural nacional e de patrimônio cultural imaterial.

De autoria do deputado Capitão Augusto (PR-SP), o texto, no entanto, não regulamenta a prática com parâmetros e regras para sua realização. A proposta já foi aprovada na Câmara, mas para se tornar lei e entrar em vigor, ainda precisa passar pelo plenário do Senado e sanção do presidente Michel Temer.

Na vaquejada, um boi é solto em uma pista e dois vaqueiros, montados em cavalos, tentam derrubar o animal pelo rabo.
saiba mais
No começo de outubro, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu derrubar uma lei do Ceará que regulamentava a atividade. Por 6 votos a 5, os ministros consideraram que a atividade impõe sofrimento aos animais e, portanto, fere princípios constitucionais de preservação do meio ambiente.

A decisão da Corte provocou reações no Congresso Nacional e, na semana passada,representantes da atividade ocuparam o gramado central da Esplanada dos Ministérios, em favor da vaquejada.

Defensores da atividade afirmam que a vaquejada faz parte da cultura regional, que se trata de uma atividade econômica importante e movimenta cerca de R$ 14 milhões por ano.

"Os espetáculos do rodeio e da vaquejada, que abrangem uma série de manifestações esportivas, recreativas e culturais, consistem em manifestações já há muito cultivadas pela população de diversas regiões do país", diz Otto Alencar no seu relatório.
É preciso debater e ouvir todos os lados envolvidos no assunto para chegar a uma regra que não maltrate os animais"
Fátima Bezerra (PT-RN)

Integrante da comissão, a senadora Fátima Bezerra (PT-RN) declarou ser favorável a transformação da vaquejada em manifestação cultural nacional. No entanto, a parlamentar ressaltou que, para que a prática seja regulamentada – através de um projeto específico –, é necessário que sejam realizados debates sobre o assunto.

"Do mesmo modo que sou procurada por defensores da atividade cultural, também sou procurada por defensores dos animais. É preciso debater e ouvir todos os lados envolvidos no assunto para chegar a uma regra que não maltrate os animais", afirmou a parlamentar.
A gente precisa discutir o que é cuidar do bem-estar animal, sem negar a possibilidade de uma manifestação cultural"
Roberto Muniz (PP-BA)

O senador Roberto Muniz (PP-BA) também externou apoio à proposta. "A gente precisa discutir o que é cuidar do bem-estar animal, sem negar a possibilidade de uma manifestação cultural", expôs.

Na sessão desta terça, a comissão também aprovou requerimento para que a proposta tramite em regime de urgência. Mas para ser colocada em votação no plenário principal é necessário que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), coloque o texto na pauta.
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segunda-feira, 31 de outubro de 2016

CFMV posiciona-se contra a vaquejada
Conselho Federal de Medicina Veterinária é contrário às práticas que levem sofrimento aos animais



Em nota, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) manifestou seu posicionamento contrário às práticas realizadas para entretenimento que resultem em sofrimento aos animais, a exemplo da vaquejada. Recentemente, decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) tornou inconstitucional a prática do esporte no país, o que provocou protesto ontem em Brasília, quando milhares de cavaleiros se reuniram na Esplanada dos Ministérios.

De acordo com a Comissão de Ética, Bioética e Bem-estar Animal (Cebea/CFMV), o termo sofrimento se refere a questões físicas tais como ferimentos, contusões ou fraturas, e a questões psicológicas, como imposição de situações que gerem medo, angústia ou pavor, entre outros sentimentos negativos.

O posicionamento contrário às vaquejadas foi apresentado nesta terça-feira, 25, em audiência na Câmara dos Deputados pela médica veterinária e presidente da Cebea/CFMV, Carla Molento.

“O Conselho Federal de Medicina Veterinária, após longa discussão, deliberou pela posição contrária à prática de vaquejada em função de sua intrínseca relação com maus-tratos aos animais”, disse.

O posicionamento expressa a preocupação que o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) mantém em relação ao tratamento adequado aos animais e à criminalidade dos maus-tratos, em consonância com os valores do CFMV: Justiça, Comprometimento, Efetividade, Cooperação, Inovação, Bem-estar único e Saúde Única.

De acordo com a Comissão de Ética, Bioética e Bem-estar Animal do CFMV, o gesto brusco de tracionar violentamente o animal pelo rabo pode causar luxação das vértebras, ruptura de ligamentos e de vasos sanguíneos, estabelecendo lesões traumáticas com o comprometimento, inclusive, da medula espinhal.

A Instrução Normativa 03/2000 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) considera inadequados atos como arrastar, acuar, excitar, maltratar, espancar, agredir ou erguer animais pelas patas, chifres, pelos ou cauda. Ressalta-se a afirmação explicita de não ser permitido erguer animais pela cauda, o que é exatamente o ponto central na vaquejada, com o agravante de que na vaquejada o animal encontra-se em rápida movimentação.

“Dessa forma, não encontramos justificativas para que os praticantes de vaquejada realizem atos considerados inadequados e não permitidos pelo Mapa, ainda que em outra situação. Tal ausência de justificativa aparece, em especial, porque tal outra situação se refere a uma prática de lazer dentre inúmeras outras e, assim, de importância menor se comparada à produção de alimentos”, diz o parecer.

De acordo com a Cebea/CFMV, a queda violenta ocasionada durante a vaquejada pode resultar em contusões na musculatura do animal e lesões aos órgãos internos.

A Comissão ressalta ainda que, por ser um animal de pastoreio, presa frequente de carnívoros na natureza, o sentido dos bovinos foi desenvolvido para rápida percepção de fuga e predadores, sendo esse o comportamento da espécie quando diante de riscos.

“O impedimento de fuga de uma ameaça exacerba reações límbicas de ansiedade, medo e desespero. Ainda que o sofrimento físico pudesse ser evitado, a exposição de um animal a uma situação tida por toda a história evolutiva de sua espécie, como a mais grave ameaça à vida, negando ao indivíduo a possibilidade de fuga e acumulando o desconforto visual e auditivo, confirma o sofrimento emocional a que os bovinos são expostos em uma vaquejada”, afirma o parecer.
Fonte: Conselho Federal de Medicina Veterinária

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Senado analisa quatro propostas de regulamentação da vaquejada




Quatro projetos tramitam no Senado com o intuito de regulamentar a vaquejada. Eles foram protocolados em 2016, após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que tornou a prática inconstitucional, sob o argumento de que a atividade impõe sofrimento aos animais.

Três PL e uma PEC

São três projetos de lei e uma Proposta de Emenda à ConstituiçãoAUTOR da PEC 50/2016, o senador Otto Alencar (PSD-BA) defende a vaquejada como patrimônio cultural brasileiro e sugere a prática legalizada em situações que, comprovadamente, não submetam os animais à crueldade. O projeto foi protocolado na semana passada e enviado à Comissão de Constituição e Justiça.

Otto também é o relator do projeto de lei do deputado Capitão Augusto (PR-SP) que tramita agora no Senado e eleva o rodeio e a vaquejada à condição de manifestação cultural nacional e patrimônio cultural imaterial. Ele apresentou relatório favorável na Comissão de Educação e Cultura, onde o projeto aguarda votação.

No parecer, o senador argumenta que a atividade já segue normas estaduais que tratam da segurança dos animais, como a utilização exclusiva de bois adultos, o uso de cauda artificial, a abolição de esporas e a disposição de um mínimo de cinquenta centímetros de areia no local das provas, para amortecer a queda dos animais.

Prática que gera empregos

O PLS 377/2016, de autoria do senador Raimundo Lira (PMDB-PB), e o PLS 378/2016, de Eunício Oliveira (PMDB-CE) também foram protocolados na última semana. Ambos defendem a vaquejada como bem cultural imaterial e argumentam que a prática gera em média 600 mil empregos em todo o País.

Em seu projeto, Eunício determina que a vaquejada seja submetida às normas da defesa sanitária animal, com adoção de medidas de proteção à saúde e à integridade física do público, dos vaqueiros e dos animais. A proposta obriga, durante a prática da vaquejada, a presença de um médico veterinário, que atuará com árbitro de bem-estar animal, impedindo maus tratos.

Fonte: Correio Braziliense

domingo, 30 de outubro de 2016

Etapas do CPV em novembro somam mais de R$ 650 mil em prêmios




Os competidores terão três etapas para mudar as pontuações do CPV e Ranking Portal no mês que antecede a entrega do Prêmio Melhores do Ano. A competição nacional acontecerá em três dos maiores e mais renomados parques de vaquejada do país.


A rodada começa no dia 3 de novembro em Garanhuns-PE. A cidade das flores receberá as estrelas do Brasileirão na 1ª festa de gado do DOM ROXÃO que acontecerá no Parque Acauã de 3 a 6. Durante o certame promovido pelo Haras Brejo das Flores, Fábio Leal realizará o 1º Derby do Portal para os animais nascidos a partir de 01/07/2009. No total o certame pernambucano entregará premiação de R$ 220 mil.

A vaqueirama sairá de Garanhuns direto para Caruaru para a 22ª Vaquejada do Parque & Haras Milanny que tem premiação de R$ 200 mil. A festa na casa do garanhão HOLLAND JECK, campeão nacional pelo CPV, vai de 10 a 13 de novembro e dará desconto de R$ 100 aos competidores que fizerem sua senha antecipada. Como já é tradição nos últimos anos, o Parque Milanny terá Tropa de Elite Feminina do Rei.

As competições de novembro se encerram na Paraíba, durante a festa do Parque BeMais em São Miguel de Taipú. O certame premiará os competidores também com R$ 200 mil pelas etapas do Campeonato Portal e Circuito Paraibano. No Parque haverá ainda o Leilão Estrelas do Futuro e shows com: Mano Walter, Márcia Felipe e Pedrinho Pegação.

Todas as provas seguem o regulamento da Associação Brasileira de Vaquejada (ABVAQ) e inscrevem os vaqueiros com senha antecipada pelo sitewww.senhaantecipada.com.br.
Suspensão da vaquejada no CE provoca manifestação em Brasília
STF derrubou uma lei do Ceará que regulamentava a atividade.
Há defensores e os críticos dessa competição típica do Nordeste.


Vaqueiros fizeram manifestação em Brasília para defender a vaquejada. O protesto aconteceu depois que o Supremo Tribunal Federal derrubou uma lei do Ceará que regulamentava a atividade.

Vaqueiros de vários estados foram protestar. A maioria era do Nordeste. Para eles, a vaquejada faz parte da cultura do campo. É uma tradição.

Os vaqueiros começaram uma série de protestos por todo Brasil depois que o Supremo Tribunal Federal decidiu, no começo do mês, derrubar uma lei que regulamentava a vaquejada no Ceará. Os ministros entenderam que a atividade provoca sofrimento nos animais e é inconstitucional. A decisão serve de referência para o resto do país e pode trazer punições aos vaqueiros por crime de maus-tratos.

Na vaquejada um boi é solto em uma pista de areia e vaqueiros a cavalo tentam derrubar o animal pelo rabo. Mas, para os defensores da vaquejada, trata-se de um esporte com regras a serem seguidas.

Mas, o Fórum Nacional de Proteção Animal é contra a regulamentação da vaquejada. A entidade alega que há riscos. A médica veterinária Vânia Nunes disse que é impossível não haver lesões no rabo e na coluna dos animais que participam das provas, mesmo na chamada vaquejada legal.

O presidente da Associação dos Vaqueiros do Maranhão, Régis Tavares, que participou da manifestação, defende a atividade.

Uma comissão de vaqueiros foi recebida pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, e pediu a criação de uma comissão para regulamentar cerca de 50 atividades e esportes que envolvem bois e cavalos. O ministro ficou de analisar o pedido.

sábado, 29 de outubro de 2016

Proibição da vaquejada: de simples questão a grande polêmica

Vaquejada: sofrimento do boi e do cavalo. Foto Orlando Brito

O que parecia uma simples questão revela-se uma grande polêmica. O Supremo Tribunal Federal decidiu no dia 6 passado ser inconstitucional a prática das vaquejadas no Ceará, medida que pode se estender para outros estados. A vaquejada – considerada por muitos como esporte e competição – consiste na perseguição de um boi por um peão montado em lombo de cavalo, até derruba-lo puxando-o pelo rabo durante sua corrida. A queda do animal pode resultar em fraturas e sofrimento. O que é ilegal.

Evidentemente, há opiniões discordantes e favoráveis à sentença dos ministros da Suprema Corte brasileira. No dia seguinte à decisão dos magistrados, entidades contrárias a ela promoveram manifestações em dez estados do país, lançando a mobilização do movimento nacional em favor das vaquejadas. E também das corridas de pega-do-boi.

Nas cidades de Juazeiro, na Bahia, e Petrolina, em Pernambuco, separadas pelas águas do Rio São Francisco e região tradicional de festas e eventos desse tipo, os protestos reuniram centenas de vaqueiros, boiadeiros, admiradores e demais interessados no assunto, como empresários que exploram as festas que ali acontecem. Em Acari, no Grande do Norte, e em Serrita, em Pernambuco, consideradas “capitais” das vaquejadas a grita não foi menor. E em outras localidades do Nordeste também.
Protesto em Brasília contra a proibição das vaquejadas. Foto Sivanildo Fernandes

Embora não pareça, é mesmo um tema repleto de polêmica. Até o resultado da votação na Suprema Corte reflete a controvérsia. Ficou no empate em cinco a cinco até que a presidente, Carmen Lúcia, decidiu-se a favor da proibição. Em seu voto, a jurista reconhece a importância da vaquejada como manifestação cultural de alguns estados, mas considerou também que a prática impõe agressão e sofrimento aos animais.

Essa é, porém, somente uma porta de entrada para o assunto. Quem é contra a proibição alega que, antes de tudo, representa sim a quebra de uma grande tradição nordestina. E mais, que a atividade é meio de sustento para famílias e famílias que sobrevivem do trabalho decorrente das vaquejadas e pegas-de-boi. Por exemplo, incontáveis empregos de vaqueiros, pequenos comerciantes, artistas e varias pessoas que encontram sustento nas feiras e festividades desse tipo.

Interessante como as palavras do voto da ministra Carmem Lúcia oferecem discussão para o tema. Ela diz, em determinado momento, que sempre haverá defensores dessa tradição, mas cultura também se muda. E que muitas foram levadas nessa condição até que se houvesse outro modo de ver a vida de maneira mais ampla e não somente a dos seres humanos. E é justamente tomando essa última colocação da ministra Carmen que um adepto das vaquejadas diz
:
Ministra Cármen Lúcia – Foto Orlando Brito

– Ora, se o objetivo da discussão é o não sofrimento dos animais, o que evidentemente todos concordamos, por que não livrarmos do mesmo sofrimento também os animais que participam dos rodeios tão comuns principalmente nas feiras do interior de São Paulo? E olha que em muitos desses lugares usam o sedém como artifício de tortura. Sedém é uma cinta – às vezes embebida em produtos que provocam ardência – para que o animal se irrite e o faça saltar ainda mais em reação à dor. Isto é tão doloroso e ilegal quanto deveriam ser as corridas de cavalo, com grandes prêmios e derbys milionários e até mesmo os concursos de equitação e hipismo, como os de saltos com obstáculos nos campeonatos internacionais e até nos Jogos Olímpicos?

Outra opinião lembra:

– Foram consideradas vitória a proibição da festa da Farra do Boi, em Santa Catarina , das touradas e das rinhas de galo e brigas de cães Brasil a dentro. E também da restrição da atuação nos circos de elefantes, focas, onças, leões, tigres etc. Porém, não se cumpre a mesma proibição, por exemplo, de manter presos em gaiolas os passarinhos. E mais: por que não tornar delito as lutas entre os próprios humanos nos ringues, que deixam muitas vezes sequelas definitivas e até levam à morte?

E você, qual sua opinião?

Cada vez mais fico impressionado com a nova dimensão que o mundo moderno ganhou. Olha que coisa: por força de interagir com um sem fim de seguidores, amigos, colegas e pessoas interessadas em trocar impressões sobre jornalismo, tenho minha conta no FaceBook. Tenho um amigo em Petrolina, mora lá. Sujeito descolado, ligado no mundo, já morou em São Paulo, Rio, Salvador e fora do Brasil, fala idiomas, inteirado sobre os temas da atualidade etc. Tenho uma amiga que em Juazeiro da Bahia, mora lá. Mulher descolada, ligado no mundo, anda por São Paulo, Rio, Salvador e pelo Exterior, fala idiomas, atualizada com os temas do planeta, tem opinião sobre tudo.

E o mais interessante. Eles não se conhecem, embora vizinhos. Moram a metros um do outro. Como eu disse, sou amigo de ambos – eu que moro em Brasília, a 1500 e tantos quilômetros de distância de Juazeiro e Petrolina – falo com um e outra quase que diariamente. Pois as colocações em aspas que exponho acima são deles.

Eu mesmo já estive varas vezes fotografando pegas-de-boi e vaquejadas.

Grannnnnnde Facebook.

Orlando Brito

Vaquejada no nordeste: perseguição ao boi com peões montados a cavalo. Foto Orlando Brito
STF considera rever proibição de vaquejadas

Vaqueiros e animais de todo o Brasil se concentraram na esplanada dos Ministérios a favor da prática da vaquejada, proibida pelo STF. Foto Sivanildo Fernandes/ObritoNews

Depois de sentir por dias o “cheiro de cavalo” impregnado por mais de mil animais que desfilaram pelo gramado da Esplanada dos Ministérios, cresceu o sentimento entre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de que a decisão de proibir a vaquejada foi um equivoco.

Os magistrados adotaram a decisão pela proteção dos maus tratos às vacas e bezerros, mas acabaram atingindo em cheio a atividade esportiva e cultural do cavalo, um negócio que movimenta mais de R$ 14 bilhões por ano.

A maioria absoluta dos manifestantes de Brasília eram produtores de cavalos de diversas competições esportivas e de animais rústicos destinados a lida do campo, preocupados com o impacto da vaquejada em seus negócios.

O cavalo quarto de milha, por exemplo, é um animal de utilizado em atividade esportiva de rede e em vaquejada. O empresário Renir Piva, do Haras São Benedito da Cruz Alta, no Distrito Federal, criador do quarto de milha, estima em R$ 200 milhões a comercialização de 400 mil animais desta raça 2016. Piva acredita que haverá impactos significativos na demanda de animais no futuro se persistirem as restrições das vaquejadas. A mesma preocupação tem Otávio César Saldanha, criador de cavalo da raça crioula no Rio Grande do Sul(RS).”Sem falar da importância que o cavalo tem nas manifestações das nossas tradições culturais”, diz Saldanha.


Quando somadas todas as raças de cavalos, o Brasil possui hoje 5,5 milhões de animais, na posição de quarto maior produtor mundial, perdendo apenas para Estados Unidos, China e México, um negócio que deve gerar receitas R$ 14 bilhões em 2016. É verdade que em torno de 80% dos cavalos são utilizados ainda na atividade de campo, onde por certo ajudam o homem a derrubar vacas para curar bicheira, prática que inspirou a atividade da vaquejada.
Os impactos econômicos mais significativos podem ocorrer nos maiores produtores de cavalo: Minas, Bahia, Rio Grande do Sul e São Paulo, mas também nos municípios de Corumbá, no Mato Grosso, onde são produzidos por ano 30 mil cavalos, Feira de Santana (BA), com 17,1 mil, Santana do Livramento (RS), com 17 mil, Alegrete (RS) e São Feliz do Xingú (PA), com 15,7 mil.

As chances de uma revisão nesta decisão no STF é grande. Para que isso ocorra será necessário um recurso dos defensores das vaquejadas chamado de embargo infringente, que só poderão ser feito depois de publicado o acordão da Suprema Corte.
Justiça do Ceará suspende vaquejada que seria realizada em Solonópole
STF considerou inconstitucional lei do Ceará que regulamentava vaquejada.
Decisão tem caráter liminar; desobediência gera multa de R$ 100 mil ao dia.



Vaquejada em Solonópole seria realiza neste fim de semana (Foto: Valdivan Veloso/Globoesporte.com)

A Justiça do Ceará determinou, nesta quinta-feira (27), o cancelamento de uma vaquejada que seria realizada nesta sexta (28), no município de Solonópole, no interior do estado. A decisão liminar foi do juiz Sérgio da Nóbrega Farias, da Comarca de Solonópole, atendendo ao pedido da promotora de Justiça Regina Mariana Araújo em ação civil pública (ACP).

“Analisando detidamente os autos, vê-se que, embora a vaquejada seja considerada prática cultural comum no presente município, o STF entendeu que a suposta crueldade provocada pela ‘vaquejada’ faz com que, mesmo sendo esta uma atividade cultural, não possa ser permitida. Por isso, entendo haver elementos plausíveis para o deferimento da medida liminar requestada”, proferiu o juiz.
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Na decisão, o juiz decretou que Aníbal Pinheiro, organizador da vaquejada, se abstenha imediatamente de realizar a vaquejada sob pena de multa de R$ 100 mil por dia de realização do evento, além da responsabilização civil e criminal; e que a Prefeitura de Solonópole não conceda nenhuma autorização para a realização de vaquejadas em todo o seu espaço territorial, sob pena de multa de R$ 100 mil ao dia de realização do evento, e responsabilização civil, criminal e por improbidade administrativa.

Segundo a promotora de Justiça, a realização do evento é de conhecimento público e aconteceria no período de 28 a 30 de outubro, no parque municipal Maria Lucilêda Pinheiro, com competições entre os vaqueiros e premiação em dinheiro de até R$ 50 mil. A promotora ressalta que, mesmo ciente do julgamento da questão no Superior Tribunal Federal, o organizador do evento insistiu em sua realização.

“Ele deliberadamente optou por organizar a 2ª Vaquejada de Solonópole, no parque municipal Maria Lucilêda Pinheiro, assumindo o risco de perder todo o dinheiro investido, em face de subsequente e imediato cancelamento do evento, caso o julgamento da lei impugnada resultasse na declaração de sua inconstitucionalidade”, argumentou a promotora.

Em defesa das vaquejadas
Para o vice-presidente da Associação Brasileira de Vaquejada, Marcos Lima, a decisão do STF "não acompanhou a evolução e adaptação do esporte" nos últimos anos, com relação, por exemplo, aos equipamentos desenvolvidos para proteger os animais. Ele e um grupo de vaqueiros tenta mobilizar políticos para tornar a vaquejada um esporte reconhecido por lei.

"A decisão parte do pressuposto que toda vaquejada causa maus tratos. Nos últimos anos, a Associação Brasileira de Vaquejada (Abvaq) e a Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM) têm trabalhado no bem estar animal, implantando normas, apoiando o desenvolvimento de equipamentos que possam melhorar o bem estar", defende.